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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

"Eu só queria explorar." Rafael, ex-empresário de frota de táxi e hoje taxista.

Eu só queria explorar.

"Primeiro permitiram por motivos espúrios que essa profissão ficasse nas mãos das prefeituras. Mas eu nunca me importei com a profissão,  eu queria só explorar.

Depois começaram aceitar a compra, venda, aluguel, e hereditariedade. Mas eu nunca me importei com a profissão,  eu queria só explorar.

Depois qualquer pessoa com muita necessidade de sobreviver,  sem exigência de escolaridade, não existir curso técnico de taxista e desempregada era muito bom para explorar. Mas eu nunca me importei com a profissão,  eu queria só explorar.

Depois começou a ter brigas entre taxistas de pontos de táxis, brigas entre taxistas de outras cidades e conflitos entre titular e auxiliar. Mas eu nunca me importei com a profissão,  porque eu queria só explorar.

Depois começaram recusar serviços curtos. Mas eu nunca me importei com a profissão, eu queria só explorar.

Depois começaram a cobrar no tiro (sem usar taxímetro). Mas eu nunca me importei com a profissão,  eu queria só explorar.

Depois maltratavam os consumidores. Mas eu nunca me importei com a profissão,  eu queria só explorar.

Depois permitiram empresas como cooperativas, prestadoras e de aplicativos para também explorar os taxistas na intermediação entre o consumidor e o trabalhador, mas eu nunca me importei com a profissão de taxista, eu queria só explorar.

Depois venderam tudo e montaram empresas com carros particulares para concorrer com os taxistas.  Mas eu nunca me importei com a profissão,  porque eu queria só explorar.

Depois vários auxiliares que eu  explorava entregaram meus táxis e foram trabalhar com próprio carro particular concorrendo com os taxistas. Mas eu nunca me importei com a profissão,  porque eu queria só explorar.

Hoje não tenho ninguém para explorar  no aluguel de táxis ou que compre  tudo, então tenho que trabalhar exercendo essa profissão para manter minha família e me associei na Ordem dos Taxistas do Brasil porque é o único grupo no país que luta pela profissão e pode acabar com o sistema que eu defendia."

Rafael S. T. Y. ex-empresário de  táxis e hoje taxista.

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